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Quando a ansiedade precisa ser tratada?

Darwin definiu a ansiedade como uma função biológica que norteia mecanismos de proteção e antecipação aos possíveis perigos.

Por outro lado, o transtorno de ansiedade é o que podemos chamar de disfunção desse mecanismo de defesa, passando a interagir com demais cenários que não possuem relação nenhuma com a sobrevivência, além de ser ativada com intensidade em momentos inapropriados do nosso dia a dia.

Quando possuo algum tipo de transtorno de ansiedade me torno incapaz de racionalizar sobre as minhas preocupações, ou seja, não consigo definir se elas são importantes para justificar a pressão e sofrimento psicológico que vivo, gerando até mesmo sintomas fisiológicos, como boca seca, suor excessivo e aumento dos batimentos cardíacos.



Para compreendermos melhor sobre a ansiedade comum como mecanismo de sobrevivência e a preocupante, abaixo mencionarei alguns exemplos e também propostas para melhorias no quadro com intuito de promover o bem-estar e equilíbrio.


 

Sofrimento subjetivo e incontrolável


Pessoas que possuem o transtorno de ansiedade apresentam alguns sinais, dentre eles a dificuldade de livrar-se dos pensamentos obsessivos que insistem em martelar na mente.

Esses pensamentos são preocupações, mas nem sempre com situações condizentes que correspondem a interpretação cognitiva adequada ao cenário.

A tendência é de sempre antecipar um sofrimento e a interpretar os contextos conforme as minhas sensações. Embora os amigos e familiares aconselhem sobre o caso, muitos acabam não entendendo o porquê da magnitude das preocupações ou reações de quem tem ansiedade.

Conselhos normalmente não acalmam, pois os pensamentos obsessivos persistem.

A atividade cognitiva tem grande influência em nosso comportamento e com auxílio da terapia cognitivo-comportamental é possível alterar esse padrão e ratificar as possíveis distorções que geram a ansiedade.


Comportamentos relacionados a ansiedade patológica que merecem atenção


  • Preocupação excessiva com a família, emprego, doenças, mesmo sem causas aparentes.

  • Não conseguir executar atividades que exigem concentração.

  • Pensamentos obsessivos que tendem a decorrer sempre para o lado negativo.

  • Tendência ao absolutismo: “tudo ou nada”.

  • Descontar o impulso emocional em abusos, seja alimentares ou de substâncias químicas, como cigarro, álcool, calmantes, etc.

  • Insônia e necessidade de medicamentos para conseguir dormir.

  • Preocupar-se em excesso, relaxar é um ato fora da minha rotina.

  • Doenças somáticas.

  • Permanecer constantemente “a flor da pele” e com extrema sensação de inquietude.

  • Irritabilidade constante e fora do controle.


Riscos ao negligenciar a ansiedade


É muito importante diferenciarmos duas situações: “estar ansioso” e “ser ansioso”. Primeiro é preciso compreender que a ansiedade é um estado e não uma personalidade fixa, ou seja, em algumas situações é natural estar ansioso, mas isso não necessariamente significa que somos ansiosos.

Acontece que é muito comum as pessoas confundirem e até amenizarem um estado grave de ansiedade passando a dizer que “é ansiosa”, como se fosse algo inerente a uma personalidade fixa e que não exige atenção ou necessidade de reverter por meio do tratamento terapêutico.

Conforme mencionado o transtorno de ansiedade viola a saúde emocional, física e social do indivíduo.

Não devemos caracterizar transtornos emocionais como parte fixa da personalidade, pois o problema gera bloqueios e prejuízos para saúde, portanto requer tratamento.


Exemplos de ansiedade comum e a que requer tratamento


Estar ansioso porque aguarda o resultado de uma prova pela qual estudou e se preparou há dois anos. Perceba que existe a ânsia, a espera. No entanto, é uma ansiedade aceitável, já que os resultados podem interferir na vida do indivíduo promovendo-lhe novas oportunidades e mudanças, afinal dedicou-se um bom tempo para essa conquista. Outro ponto é que se trata de um estado momentâneo.  

Porém, veja o contrário. Ainda não houve inscrição no concurso, mal escolheu a área que deseja prestar, não estudou, mas já apresenta extrema angústia e preocupação sobre como a vida pode ser impactada caso eu seja aprovado. Não consegue dormir há dias e se concentrar nos estudos e trabalho, pois esse pensamento não sai da mente.

Para quem vive esse transtorno o ato de esperar recebe uma conotação negativa, não importa se necessário ou que faça parte do processo, é interpretado de modo distorcido como algo ruim.

A tendência é sempre projetar-se para o futuro, sem nenhuma análise real da situação vivida no presente.


 

Como aliviar a ansiedade?


A indicação para tratar o transtorno de ansiedade é por meio da terapia cognitivo-comportamental e o desenvolvimento de estratégias para aliviar os sintomas.

É preciso identificar os pensamentos automáticos e erros cognitivos que são processados de modo inconsciente.

A partir do momento em que compreendemos essas distorções e imagens criadas pela mente com apoio da terapia é possível somar peças fundamentais no tratamento e mudar esse cenário a partir de novas interpretações e interações conscientes, obtendo controle sobre as próprias emoções e tendências.

Lembre-se, você não é ansioso, você está! Se a ansiedade atrapalha o seu sono, trabalho e na qualidade de vida, procure ajuda.

A terapia mostra-se eficiente nesse apoio e pode te ajudar a encarar as “esperas” fundamentais na vida, de modo consciente e muito mais tranquilo.


Psicóloga Jessyca Nascimento

Esp. em Neuropsicologia

CRP:05/49011


Se você quiser saber mais sobre o meu trabalho relacionado a ansiedade, entre em contato. Ligue ou envie mensagem para (21) 99525-0088.

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